domingo, janeiro 21, 2007

Onde estiveste?
Onde estiveste este tempo todo?
Onde tens estado?

Procuro-me

Bato em paredes ocas...
falo, grito através de palavras mudas...
e o mundo é surdo demais para me ouvir...

Os dias que percorro são a fotocopia,
sem tirar nem pôr , um dos outros...
mas porquê?

Porque me sinto tão abatida...já?
Porque me sinto tão rejeitada?
excluída...
excluo-me talvez...

já não tenho vontade para ir
já não tenho força para lutar

Bato em paredes que se desfazem...
que deixam fumo...
e para lá está a minha passagem...
mas eu continuo sem saber se quero ir...

não te vejo...
as minhas palavras já não
chegam até ai...

e eu onde estou?
e eu quem sou?
cobarde...refugio-me na minha gruta...
onde apenas sonho e nada vivo.

Marília Rodrigues 15.01.2007




1 comentário:

Anónimo disse...

Fizeste-me lembrar um texto filosófico que dei no 10º ano: "A Alegoria da Caverna", de Platão...

Se, à partida, te excluires, te deixares ficar numa atitude passiva perante a vida, sabes que daí não irás tirar nada. Para colher os doces frutos da vida é preciso cultivá-los, trabalhando arduamente, mesmo que se sofra.

Sonhar é bom, mas devemos pegar nos nossos sonhos e tentar realizálos, pois só assim nos sentiremos completos.

Força e energias positivas.