quinta-feira, junho 29, 2006

Re...Cantos...



Os cantos…os nossos recantos…
Aqueles que tantas vezes nos acalmam…
Aqueles onde nos refugiamos de dor,
de tristeza, de alegria, de vida…
Aqueles cantos onde nos escondemos do mundo
E até de nós próprios…


Naquele canto espalhei as águas mornas
do meu sentir…e quis esquecer-me de ti…
Refugiei-me numa alegria fingida e imaginária…
Mas cá no fundo a minha outra metade
embalava-se sozinha….
Embebedava-se com as dores e o sofrimento que causaste
com as tuas maldades…
Se calhar não foram muitas…simplesmente as suficientes…
O desprezo e falta de atenção constante…
O quanto eu tentei por nada…por nada… pois na realidade estou sozinha…
E sempre estive…
Os teus breves aparecimentos eram apenas para teu contento…
Porque precisavas…
Mas porquê? Se tinhas tantas e tão perto… (penso eu…)
Na realidade não te conheço…
Nem quero…

As minhas duas metades juntam-se…
A alegria não dura…é inconstante…
E sente-se saudades do conforto que a tristeza
Acaba por causar…
É o chamado cómodo…
E assim se deixam as minhas duas metades a sofrer
sozinhas, caladas, infelizes, mas com esperança…
De dias melhores…

"Melhores dias virão…
Para ti ou para mim?
Posso contar contigo?
Claro que podes…"
=)
:)

Devil_Girrl 29.06.2006

sábado, junho 24, 2006

Realidades ...as minhas tristes realidades...


Deixo uma folha cair…
Deixo os papeis, os meus papeis,
Serem…
Existirem…
Nem que seja só para mim,
eles são…
eles existem…
São o meu desabafo maior,
a minha companhia,
as minhas recordações, feitas palavras…
Os meus papeis…sou eu!
Pura e simplesmente…

Sinto-me pronta a desmanchar a cada palavra…
Sinto-me assim…como um copo,
que se caí….parte-se, desmancha-se todo…
Frágil…terrivelmente frágil estou…sou…
Não vejo soluções…e sim mais problemas,
em cima de problemas…

Não me sinto capaz de mais nada,
não sinto forças para lutar, por mais nada…

Onde foi….onde está aquela criança,
despreocupada, leve, simples
que eu fui…?
Já fui, já não sou, já não posso ser mais…

Esta tudo cada vez mais difícil,
é tudo tão complicado…
Sinto um peso tão grande nas minhas costas,
em mim…
naquilo que tenho sempre de fazer…

Ninguém compreende os meus pesos,
ninguém percebe…

E eu sinto-me tão sozinha…como nunca estive…

Deixa-me voltar aos teus braços…
Deixa-me voltar a ser criança…de tudo,
e não me dês mais responsabilidades do que aquelas que já tenho…

Devil_Girrl 30.03.2006

terça-feira, junho 20, 2006

Lutas interiores...

Os olhos sinistros seguem as tuas passadas…
Os olhares tristes perseguem-te até ás entranhas…
E serão apenas eles?
Não! É também as más experiências…
os medos…os teus terríveis medos…
de ser enganada e usada mais uma vez…
Riscos que corres…
A entrega e confiança é total,
já não está nas tuas mãos…
Será que em algum momento o esteve?

Queres ser forte e lutar,
contra os teus próprios sentimentos,
não os queres sentir assim, já…
tão fortes e tão presos…
já não está de maneira nenhuma nas tuas mãos…
E que provas tens em que é tudo verdade?
E se não passa tudo isto de uma ilusão?

Queres ser cega e acreditar,
mais uma vez…
queres tentar acreditar,
que ainda tens hipótese de ser feliz,
que também a mereces,
a ela, a tão bonita felicidade,
que sentes quando estás com ele,
que sentes que te a dá…
Serão mais mentiras e falsidades,
que te iram deitar a baixo,
mais uma vez?
Agora, como já disse, não está nas tuas mãos…

Espera, olha, vê, tudo com atenção…
Ama com cautela,
mas ama livremente…
A verdade, é que anjos assim,
aparecem poucas vezes….

Devil_Girrl 26.05.2006

segunda-feira, junho 12, 2006

Algo que perdi...

Oiço barulhos de água,
dessas palavras
que me cantas ao ouvido…

Só queria que me cantasses o que quero o
uvir…
Só queria que me deixasses pois já não sei o que sentir…

Danço com árvores nuas…
Pelo jardim incerto…
Danças comigo também?
Danças connosco?

Abraças árvores e mulheres como se fossem o mesmo…
Esse barulhos de água de palavras cantadas continuam,
E a musica não para…
E a dança não acaba…
Sinto uma angustia que me consome…
Uma tremenda vontade de gritar…
Mas alguém me afoga as palavras
Num silêncio de gato…

Deixaste-me sozinha…enquanto danças e cantas barulhos de águas nos ouvidos de outras…
Esses barulhos de águas que eram, (pensava eu), só nossos…
Esses barulhos de águas que se me entranharam até aos ossos…

Tu abriste mão dos nossos segredos…
Abriste mão de tudo o que vivemos…

Tu nunca gostaste de mim…
(E quem gosta?)
Nem tu nem ninguém…

Só quero esquecer que exististe, lugar escondido…
Só não me quero lembrar d
o sentimento que sinto…

Quero me perder…
Perder na nossa cama de folhas…
Donde se vêem estrelas, luas, e o nascer do sol…

Embrulho-me no meu casulo de seda….
Faço das folhas um abrigo…
E esqueço-me lentamente de t
i…amigo…

Devil_Girrl 11.06.2006


domingo, junho 11, 2006

Anjo que em monstro se tornou...


Quero agarrar nas minhas folhas…
E amachuca-las contra o peito…
Ter coragem de queimar poemas
Que já não fazem o mínimo efeito…

Não te quero tirar o sossego e muito menos a calma
Esses já ficaram perdidos nesse teu poço de alma…

Quem és tu vendedor?
Não te quero largar não te quero esquecer…
Só te quero amar…amor…
Vende-me um pouco de essências,
daquelas que me fazem esquecer…
Que existo…

O mundo parou! Será que alguma vez girou?
Não para mim, não!
Para mim é sempre o mesmo e velho mundo,
de pessoas cruéis, de maldades e afins estranhos…

Tão cedo…mas tão tarde…
Já não estas aqui…
Será que algum dia estiveste?
Não te vi…
Porquê que não te olhei?
Porquê que não te olhei, como devia?

Sou tão cega….tão cega…
E tenho olhos…olha lá se não os tivesse…

E tu? Será que algum dia me viste?
Será que algum dia me olhas-te?
Claro que não, dá muito trabalho…
E eu também não o fiz…
E porquê?
Porque quis ser cega e não ver
o quão monstruoso,
que tu também consegues ser…

De quem eu falo com tanta angustia e raiva?
Quem és tu, monstro horripilante, que me faz ter pesadelos?

Deixai-me ser…
Deixai-me ver…

As minhas ideias…já não se ligam…
Estou muito perdida…
Nesta estrada de doces amargos…

Mais uma colherzinha de açúcar, não?

Devil_Girrl 11.06.2005

quarta-feira, junho 07, 2006

Prisioneira de corpo e alma...


…todos me pisam…
sou a formiguinha pequenina,
atarantada sem saber para onde ir…
formiga que perdeu o norte…

Renasço todos os dias
ao me levantar da cama…
Este molho de lençóis que
ressuscitam a alma e o corpo.

Vocês todos, que me espicaçam
para me voltar a levantar…
Os próprios que me matam
à hora a que me vou deitar.

Mutilam o meu corpo,
os meus sentimentos, o meu eu,
seja interior ou físico,
a vós não vos faz diferença…
Limitam-se a destruir-me,
a matar-me e a fazerem-me renascer
de cinzas…já bem mortas…
para voltar ao mundo cruel,
cruel, que são vocês que o fazem…

E o que vos importa o que eu sinto,
ou como estou?
Nada, nada disso importa…
Apenas e só, podem, fazer-me o que fazem…
Podem, e nunca desaparecem,
nem dos meus sonhos, pesadelos ou
mesmo das minhas insónias…

…mãos que me fazem renascer todos os dias,
para me voltarem a matar…

Devolvam-me a minha vida,
aquela já esquecida…
tirem-me as correntes,
deixem-me ser livre,
mas não me magoem mais…

…de que me serve liberdade
se vivo assombrada pela maldade?

Lavem essas mãos,
já há tanto tempo, tão sujas,
das minhas mortes…
Lavem-nas de vez e não as voltem a sujar,
em mim…em ninguém…

Devil_Girrl 30.05.2006

segunda-feira, junho 05, 2006

Mistura de pensamentos, ideias e pessoas

Porquê esta maneira frívola
de pensar e agir?
Porquê o não pensar
e deixar andar?
Porque não consigo dizer
um simples basta,
um simples não?

Um dia cheio outro vazio;
Uma hora nada outra tudo;

(Deixei os meus pensamentos
inacabados em algum lado,
tenho de os ir buscar…)

Porquê falhar?
Porquê gostar-te e não, odiar-te?
Porquê deixar e não deixar-te?
Porquê eu e não tu?
Porque te olho e tu não me olhas,
Porquê ver-te, mesmo que seja pouco,
E tu não me vês???
Porquê?
(Hoje pareço uma criança…)
Desembaraça-me as ideias
e os pensamentos, querido,
Desembaraça-me os nós do cabelo…

Sou a protagonista do meu teatro,
a peça já vai alta,
E o resto dos actores,
não passam de figurantes
e personagens secundários.
Lamentam-se da vida no meu leito,
e as palavras doces, soltam-nas,
ao meu ouvido,
como também cantam,
para me conquistar e encantar talvez…
Depois de tudo tão bem ensaiado, saem gloriosos.
Recebem as flores e os aplausos,
e eu…varro as folhas, do soalho, do chão,
onde vocês todos, foram estrelas brilhantes,
e eu não!
A glória é muita e a peça
claro que terminou…
Fizeram vocês os vossos sucessos,
enquanto eu choro por amor que não tenho…
enquanto afinal, não fui eu apenas uma mera figurante…

Eleva o teu espírito anjo…
Dai-me asas pois já sei voar,
mas talvez ainda não seja hora
de as utilizar…

(As mãos já gastas de tanto,
limpar, arrumar, dobrar,
passar, cortar…
As mãos, as minhas mãos,
já um pouco cansadas,
não largam por nada esta caneta.
Porquê, amigo papel?)

Pessoa, deixas-te algo para mim…
Será mesmo, será? Enfim…

(O cheiro a lixívia predomina
ainda nas minhas mãos…)

Santo António…oh tu casamenteiro,
também queres me dar alguma coisa,
ou deixarás o acaso me dar?
Apenas queria amor,
pois tenho tanto para dar…

É bonita a mulher que
me trouxe ao mundo,
ainda é mais pois teve tantos filhos,
a sua missão sempre fora,
ser mãe…
Não a consigo ver, sentir de outra forma
se não, a minha eterna amiga,
de batalhas e de uma única guerra,
a sobrevivência neste mundo,
onde ambas nos sentimos estranhas…

Devil_Girrl 04.06.2006