quarta-feira, dezembro 27, 2006

Memórias de descobertas...

Passava os dedos pelo livro...
sentia as palavras...elas desenhavam-se em mim...

e as imagens que eu via...
que eu vi...
era a minha vida aqui...
Não eram sonhos...mas eram...

Não era imaginação...mas era...
Era tudo o que eu sabia,
tudo o que eu conhecia,
ou não...

Era tudo o que eu quis que por um dia,
uma hora, uns breves segundos fosse verdade,
eterna verdade, guardada em nós....

Eu comecei por olhar-me no espelho
de uma casa
velha....
Vi um dia nesse instante...
Vi muitos dias, em todos os instantes seguintes...
E em todos eles...eu sentia a tua falta...
Os meus olhos poderiam olhar pessoas,
poderia falar com elas,

poderia estar a lavar a loiça,
a estender a roupa,

ou simplesmente a embalar uma das minhas irmãs...
mas, no meu olhar, eu vi, nesses instantes em que vi muitos dias,

vi, que me faltavas tu...

Os dias eram semelhantes...
Tudo o que se passava, eu tinha feito ontem,
mas talvez numa hora, num minuto ou segundo diferente....
E eu morria...
Quando os meus irmãos já deitados dormiam,
e a minha mãe grávida, ainda acordada em frente do computador teclava,
eu deitava-me na minha cama, e escrevia, escrevia...
E pensava em ti....
Eu não sabia que era assim....
Eu na verdade nunca soube como era vir...para aqui...
Hoje, depois das maiores amarguras (talvez),
Agora depois de tudo o que já não lembro (ou não quero lembrar)...
hoje e agora, sei como é deixar, como é viver sem....
sei como foi vir, como é vir, como é viver, ser
aqui....
aqui....bem longe de ti....
aqui...bem longe dos sonhos que imaginei há um ano atrás...
aqui...que não é o meu lugar...
mas é....

Marília Rodrigues 27.12.2006


sábado, dezembro 23, 2006

Desentendimentos...

Eu sabia andar por cima das letras,
faze-las dançar nos meus dedos,
faze-las voar como pássaros...cheias de liberdade...
Será que ainda hoje sei?
São erros meus...ou teus?
Serei assim tão perigosa....
Serei assim tão detestável...
Estou assim...tão impossível??
Já não sei o que fui...
e muito menos no que me estou a tornar...
ou no que as pessoas me estão a transformar...
Sinto-me o papel amachucado que está no chão
do meu quarto...a um canto...
Que palavras rabiscas-te em mim?
Danço sozinha...uma das minhas músicas tristes...
uma das musicas que ninguém gosta de ouvir...
mas eu oiço...e lembro-me de ti...
lembro-me do que tu disseste...
e choro...
No que nos tornamos...um para o outro?
No que te queres transformar para mim?
No que queres que me transforme para ti?
Dançantes pensamentos suicidas...
Dançantes pensamentos luzentes e cheios de vida…
enfrascados em infelicidade...como eu?
Não...jamais...

Devil_Girrl 23.12.2006

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Relembrar...


Naquela estação...
Naquele dia...
Levas-te a minha vida...
O que me falta para te poder fazer feliz?
O que é que eu não tenho? O que é que eu não sou?

Estão tantos á minha volta...
Está tanta gente preocupada comigo...
Tantos são os que gostam de mim...
E tu onde estás?
Queria tudo o que tinha antes de partir...
A minha vida de volta...
desde que a deixas-te que já não
faz tanto sentido...
Amo-te tanto...
Dói tanto pensar em ti assim,
distante de mim...
Mas o que peço é muito...
Sacrifício...
Tempo...
Entrega...
Carinho...
Superação de medos...
Se não começares agora,
quando vais tentar?
Mas quem sou eu...para te julgar...
Fazes-me tanta falta anjo azul...
Consola-me ao menos com palavras...
Estás aí?
Está aqui alguém?
E as pessoas continuam tentando
que lhes preste atenção...

Devil_Girrl 08.12.2006

Arriscar ou desistir? Tu escolhes...

A vida podem ser caixinhas de surpresas
tanto podes ser tu a abrir essas caixas
como outro alguém.
Ás vezes precisamos de uma mão,
outras de um empurrão...
outras vezes apenas de tempo...
A não ser que tenhas desistido
de abrir caixinhas...
que tenhas desistido de lutar
seja pelo que for...
É certo que mais vale uma grande e
verdadeira amizade,
que um amor infeliz,
condenado, sozinho e frio...
Mas como podemos nós saber se assim
seria de verdade?
Não somos adivinhos...
daí maior parte das pessoas,
apesar do medo, abrir caixinhas...
Ainda espero que abras a minha...

Devil_Girrl 10.12.2006



terça-feira, novembro 28, 2006

Palavras...palavras....

As palavras pesam-me a mão...
Pesam-me o corpo...
Pesam...pesam muito quando doem,
de se ouvir...
E o quê que tu farias?
Eu podia-te as roubar...
E não terias que ouvir...
Mas poderias olhar...poderias ler...
irias ouvir há mesma...
Ouvir o ecoar da minha voz na tua cabeça
a dizer-te uma por uma...
Podia-te amordaçar...assim já não podes falar...
já não tinha que te ouvir...
Amor...consigo escrever há mesma...
Prendia-te os braços...
Deixas-me os olhos a descoberto?
Sim...nada de mal me faram...
E eu olho-te então...
Olho dentro de ti...vou até ao recanto mais escondido da tua alma
negra de solidão, negra de maldade, negra de dor, branca de saudade,
vermelha de amor....
Um amor ódio que te consome...
Bates-me, e eu choro de dor...
Sentes-te culpado, tiras-me a mordaça, desprendes-me
e abraças-me...
Pesou ouvir-me...mas pesou-te mais no coração as minhas lágrimas
e a minha dor...

Amo-te....

Devil_Girrl 27.11.2006



sexta-feira, novembro 17, 2006

Abraçando-te ao longe...

Não silencies a voz que grita dentro de ti
por liberdade...
Não, não te aprisiones a ti próprio há solidão...
Mas quanto mais tempo te direi tudo isto?
Dou-te uma vida para me dizeres que me amas...
Dou-te bases, chão, para andares, mas ainda assim
tens medo de cair...
O que te digo, são sempre meras palavras, mas estas
não as leva o vento,
já as tuas, tão desimpedidas e cheias de certeza,
deixam-me embriagada por uma luz ofuscante,
de esperanças....esperanças que depois se
deixam de ouvir....
esperanças que se afogam comigo, num mar de letras
tristes que escrevo, escrevo e torno a escrever,
lamentando-me de mim, de ti, dos nossos sentimentos,
de tudo o que passámos, ainda estamos a passar,
e vamos passar mais há frente...

E não imaginas a tristeza que sinto
ao lembrar-me do que tu me disseste um dia...
"custa-me fazer qualquer coisa que te magoe.."

Acredito que te custe...
mas ainda não te apercebeste que é isso que tens feito...

Olha para mim, olha-me nos olhos....
Não vás....olha....

E tu olhas...ao longe,
onde nenhum de nós pode chegar....
onde nenhum de nós pode fazer seja o que for...

Devil_Girrl 17.11.2006



sexta-feira, novembro 03, 2006

Adormecer...

Eu olhei pela janela da sala...
Olhei as ruas, os carros, as pessoas,
as lojas, os cafés...
Eu quis tanto ver-te…
Procurava-te incansavelmente
entre a confusão oriunda da cidade...
Mas, só encontrei desconhecidos...
Na verdade não encontrei nada,
para mim, nada significam estas pessoas,
apenas existem, estão, fazem parte do meu dia a dia...
Vi-me tão só...
Senti-me tão exposta, por te procurar, mais uma vez...

Quantas não são as vezes em que paro,
em plena calçada, por ver um carro parecido com o teu...
Quantas não são as vezes, em que o meu coração dispara,
por ouvir o meu telemóvel tocar, e pensar que podes ser tu...
Mas nunca é o teu carro...
Mas nunca és tu...

Deixei-me balançar por entre os sons de um vento frio,
frio de ti...
e a falta, fala mais alto que ás razões...
e eu ando em círculos, e mais círculos...
Labirintos de vida...
labirintos de uma relação que já se perdeu o fio do principio...
e eu encontro-me entre mais um dos caminhos compridos
e largos deste labirinto.
Podia simplesmente ir ter há saída, mas eu tranquei a porta,
e dei-te a chave...

Devolve-me a chave!

Ou vem apenas e conforta-me,
não me deixes mais sozinha neste labirinto...

Sinto ao de leve o cheiro do teu perfume,

sigo o cheiro...e vejo-te a sorrir para mim,
um sorriso maléfico, ao contrario de tantas outras vezes, e dizes...
Não te dou chave nenhuma, já não te pertence,
como eu também não...
E achas justo, ficar aqui aprisionada, neste amor só?
Deixa, não há de ser assim tão só, virei aqui algumas vezes...
Prefiro morrer, que a viver assim...
Então mata-te...estás há espera de quê?
Como consegues ser assim?
Pergunta antes, como consegues amar, alguém assim...
Saí daqui!!!
Desaparece, de vez!!!
E ele avançou para mim...e beijou-me...

Num dos meus muitos afazeres do meu dia a dia,
apanhei um autocarro, e enquanto te procurava,
adormeci...

Um dia saberei tomar uma decisão...

Devil_Girrl 01.11.2006



domingo, outubro 29, 2006

Hoje e todos os dias...

Hoje apenas queria ouvir-te...
E oiço apenas os meus passos,
na calçada da minha rua...
Eu queria ouvir-te gritar pelo meu
nome...
Eu queria tanto ouvir a tua voz,
dizer baixinho ao meu ouvido
que me amas...

Ouvir os teus passos arrastados
como os de uma criança,
quando vens ao meu encontro...

Hoje queria tanto poder abraçar-te...
Ter as tuas mãos nas minhas,
como quando apenas por
uns dias fomos amigos...
Sentir a tua mão tocar a minha face...
Sentir o quente envolvente dos teus lábios...

Hoje queria que aqui estive
sses...
Ontem, também...
Mas tu partis-te...

Hoje e todos os dias...

Devil_Girrl 27.10.2006



terça-feira, outubro 10, 2006

Olho-me no espelho e falo comigo ou falo sozinha?

O quê que tu pensas, se eu me for embora?
Mas vais para onde?
Para onde esta vida me levar...
Pergunta...pergunta...aquilo que eu quero ouvi
r...
Pergunta-me...se não há espaço para ti, na minha mala...
Silêncios...


Uma voz ecoa nas minhas feridas...
faz-me uivar de dor...
Mas isso já estava cicatrizado...
Mas...eu já não sinto...

Sentes, sentes...e não é pouco...
Que ideia essa de mergulhares
no passado,
e quereres projectar em palavras,
aquilo que querias ter vivido?

Sonhar assim faz-te mal...

Deixa-me em paz....deixa-me sossegada com
os meus escritos...com os meus sonhos...
Não estarás a martirizar-te mais, se continuares

com essa ideia, esse sonho, que jamais se realizará?

Como podes ter tu tantas certezas disso?
Prevês o futuro?
Não...mas conheço-me...


E a inconstância dá lugar a dúvidas...
Uma rotina que se quer quebrar,
mas...há algo mais forte que te puxa...
Deixas-te ficar, acomodas-te
ao silêncio de amor...
ao silêncio de afecto...

ao silêncio...
há solidão...

Sentei-me no sofá da sala em frente há televisão,
deixei-me vegetar...
E para quê?

Após horas a fio a vegetar, deito-me na cama,
ponho o mesmo cd de ontem no rádio,
e fumo um cigarro...
E porquê?

Porque a rotina, me faz sentir morta,
mas o que me puxa é mais forte...
Eu espero pela minha vez, já tirei a senha há d
ezassete anos...

Devil_Girrl 10.10.2006


sexta-feira, setembro 29, 2006

Medos...

Mergulho em nevoeiros de fumo espesso...
numa imensidão de duvidas, incertezas...medos...
Medo de mim...
Medo de ti...
O que é isto que vivo afinal?
O que é isto que sinto?


Porque me sinto tão impotente...
Prenderam-me os movimentos....
Amordaçaram-me a boca...
E eu...brinco com as pontas dos dedos,
numa fantasia de me libertar de vez do teu enlaçe...

Não me abraces....
Deixa-me pensar!!!!
(Deixa-me chorar....)
Preferia morrer...
...não consigo escolher...
Saí da minha vida!
Saí daqui....de dentro de mim...
Não me lembres!!!
Não me quero lembrar de nada!!!
Quero apenas....
Aquilo que tu não és....
Aquilo que tu nunca conseguiste ser, neste tempo todo...

Porque serias agora??
Amolgar os ossos, amolgou-te o coração,
de tal forma que consigas sentir?
Não consigo acreditar em uma única palavra que dizes...
Para mim, mentes a cada ai...
(Mas quero-te.
..tanto....)
Fecho-me numa cave...
Fecho-me ao mundo...
Só quero...conseguir pensar...
Deixa-me chorar...

Só pensamentos incertos...
Só ideias...sem a menor conexão com a realidade...
Sonhos, sonhos!!!
A realidade, a cada dia se torna, mais nua, mais dura, mais crua...
Agora...quero realmente fugir...de mim...

Devil_Girrl 29.09.2006

Saudades...

Passa a correr uma mão que nos tira
a esperança...

As ilusões que se cria...
Os momentos bons que passam a fragmentos,
de tristeza e dor...
momentos, que custam a recordar...
momentos, que nos deixam lágrimas de saudade...
Mas porquê ter saudades de uma mentira?
porque sentiste...

Sinto-me parada e presa,
num tempo só meu...


Devil_Girrl 26.09.2006

sexta-feira, setembro 22, 2006

Precisamos sempre de mais tempo...

Deixamos coisas por dizer todos os dias...
Deixamos coisas por fazer...
(Quero ser eu e mais nada...)
Uma rajada de vento,
leva-me os dias que escondo
nos bolsos...
Perdemos a noção do tempo

e fazemos coisas absurdas
ou não fazemos nada,
e cada instante, um impasse...

Vivemos a vida ou ela vive-nos a nós?
Incertezas de um amanhã seguro...
Quem não as têm?
Podes morrer agora, caro leitor...
Como eu também...

Seria um poema inacabado, incompleto?
Não...seria o que tinha de ser...

Quero viajar...em palavras...

e desembarcar em histórias surrealistas...
Vamo-nos alimentar de sonhos?
É um mau princípio...
Corrijo...
Um péssimo alimento...

No restaurante da esquina,
espero pela entrada...
Será que vendem sonhos,
nesta época do ano?


Vivemos dentro de nós mesmos...
Como querem que não sejamos
um pouco, que seja, egocêntricos?

Brincar com palavras

que muitas vezes, bem empregues
nos fazem comichão...
ou não...

Pum!!

Acordo estremunhada no sofá da sala...
Com os olhos ensonados,
olho pela janela entreaberta e vejo a cidade adormecida...
Já é noite...
Deito a mão ao bolso...
O vento já aqui esteve...

Devil_Girrl 20.09.2006


quarta-feira, setembro 20, 2006

Mágoa...

O que é que fizeste hoje?
Pensei em ti...e tu?
Não fiz nada...
Um dia queria ser rainha...
Queria ser a primeira...

Para quê?
Trará felicidade?
Duvido...
Já conseguiste?

Não...nem tentei...
As lágrimas...as lágrimas...
matam-me entre soluços...
Encolho-me na cama
e deixo-me estar...
Queria que o tempo virasse...
que o tempo se fosse...

Apertas o meu coração,
aquele com que andas sempre nas mãos...
Apertas...de ausência...
Apertas...de desprezo...
Apertas...
dói....dói tanto que chega a ser verdade...
e esta tão dura realidade...
que me desassossega a cada instante...
Os pensamentos são sempre a mil há hora
e deixo de ter controle seja do que for...

O que foi que ganhas-te?
Silêncio..
sempre o silêncio...
ao menos estás satisfeito...

E eu? e eu?
Enrosco-me nos lençóis
e adormeço entre soluços
e água salgada...

Devil_Girrl 18.09.2006




sábado, setembro 16, 2006

Mentiras...


Eu quis esconder-me para ninguém saber...
Eu quis gritar, eu quis dizer,
mas faltou-me a coragem,
e o medo de te perder...
Eu tentei tantas vezes falar,
palavras que trazia amarfanhadas
nas palmas das mãos...
Eu quis tanto que tu me dissesses
algo em que eu pudesse acreditar...
Vendei tantas vezes os olhos
para me mentir...
Mas tu fizeste questão,
de me deixar espreitar...
Não me disseste a verdade...
Tu nunca disseste a verdade...
E eu...amo um estranho...

Devil_Girrl 15.09.2006

sexta-feira, setembro 15, 2006

Ausencia...vazio


Perdi-me numa sala aberta...
de amplas janelas,
que deixavam entrar raios quentes de sol...
Tanto brilho...
Tanta claridade...

(Tão exposta ...que me sinto...que estou...
mas está...tão vazio...)
Sentada num canto daquela sala,
esperei que se fizesse noite...
Esperei que o tempo passa-se
para me poder esconder...
Esperei que o vento frio de Outono
me levasse os sentimentos...
Esperei tanto tempo, com a esperança,
que chegasses...

Uma rajada de vento
fechou as janelas, trancou as portas...
A escuridão invadiu a sala vazia...de ti...
E eu...chorei...

Devil_Girrl 12.09.2006




terça-feira, setembro 05, 2006

Malditas incógnitas...


Estes porquês...estes malditos porquês....
Invadem-me os pensamentos...todos...
Invadem-me o coração...
Tomam conta da minha vida...
e não penso em mais nada,
não consigo pensar em mais nada...

Só queria...entender...
queria peças...
tantas são as peças que me falta...
para tentar construir este maldito puzzle
em que se tornou...a nossa relação...
O que consegui, conhecer de ti...
não passam de fragmentos...da tua guerra...
da tua vida...

Apagaram as luzes...
foi mais um dia que se encerrou...
ou terei sido eu que o encerrei?
Gosto tanto das minhas noites artificiais...
ponho a tocar as musicas que mais gosto...
ás vezes sou capaz de por a tocar a mesma musica várias vezes...
sou esquisita...
quem não é?
atire a primeira pedra por favor...

Fecharam-se as portas da minha casa
e as janelas entreabertas deixam entrar a brisa fria
da noite...(arrepio-me toda...)

Estou-me a enganar...
a mentir-me...
mas porquê?
foda-se mais um porquê...

Tantos gritos...que ficaram...
e ficam por dar...
A minha varanda encanta-me...
tantas luzinhas...
faz-me perder...em memórias...
de uns tempos indefinidos...
de uns tempos...que eu gostava tanto de lá voltar...

Perco-me em tanta coisa...
mas não me esqueço...
dos malditos porquês...

Esta necessidade de encontrar respostas...
faz-me escrever....
sem sentido...
sem termo...
Mares de letras meus...indefinidos, descoloridos, descobertos...
Serás sempre uma incógnita?
Será tudo o que te rodeia sempre uma incógnita?

Porquê....
Porquês....
Tantos....porquês...

Devil_Girrl 05.09.2006

quarta-feira, agosto 30, 2006

Tu...


Eu queria um mundo...
cheio de luzinhas brilhantes...
queria também uma lua...
e uma noite...sempre escura e silenciosa...

Eu passeava pela praça, perdida de amores...
Num cantinho me achei, encolhida....
por medo, talvez, de viver o belo...
por desconfiar, que apenas é um sonho bonito...
por já ter caído tantas vezes contigo...

Desta vez, deste-me a mão...
Fizeste das minhas lágrimas um sorriso estrelado...
mas...
a minha metade...pergunta...
"por quanto tempo, desta vez?"
respondo...
"não sei....esperemos que o suficiente para me fazer feliz,
o suficiente, para não me desiludir e magoar,
quanto tempo baste....
amor não têm tempo, hora, lugares, nem datas marcadas...
amor existe, sente-se, vive-se...
ama-se...
dá-se...
recebe-se..."
Abraço-te e caminhamos juntos, iluminados pela minha lua,
durante todas as nossas noites....

Devil_Girrl 30.07.2006

sábado, agosto 26, 2006

Perdoa-me....

Dava tudo...por palavras tuas....
Esperei...tempo demais...
Esperei, que as flores e a brisa me trouxessem
de novo os cheiros...recordações...
Eu caminhei, por pensamentos e noites de mim tristes...
Deixei-me morrer numa praia, longe das tuas mãos...
Aquele mar frio...
A areia molhada...
Os meus cabelos entrançados...
Olhei o sol, encandeando a minha face...
O quê que eu tinha, naquela altura?
O quê que eu tive nos meus pesadelos, sonhos,
enquanto dormia?

Quem não me segurou as mãos....

São escolhas minhas...
Decisões minhas...
A solidão e o seu terror...
As loucuras que por vezes se comete...

Desentranço os cabelos molhados...
Percorro um caminho fechado de paz...
Um caminho...tão incompleto....
Irregular...
Inconstante...

De repente...corro...
Corro, como se nada me pegasse ao chão...
Corro, com vontade...
de fugir...?
de não estar...
de não ser...
corro para deixar...

E ali estás tu...
de braços abertos para me receber...
acarinhar e confortar de tudo o que me deixa, no fundo...
de um sótão escuro e sem caminhos a percorrer...

Devil_Girrl 26.08.2006

Obrigada por nunca teres deixado de estar presente...
Amo-te Mãe...


sábado, agosto 19, 2006

Um dia por nascer...


Eu podia mentir-me
e deixar de existir...
Eu podia...
deixar as letras amontoarem-se
em mim...
as palavras ganhar pó...
Eu podia...se conseguisse...

Passeava pela cidade adormecida
e as luzes encadeavam cada passo que dava...
O vento que me acompanhava...
acompanhava as minha pesadas passadas...
O meu cabelo dançante...
Os meus olhos em lagrimas geladas...
A praça, a fonte, as ruas desertas..
A noite que passa...
O dia que amanhece...
A vida que me deixa...
O destino desaparece...

As águas claras da fonte
deixam-me ver através de mim
o que eu quero esquecer...
Recordações em ti que não te vou dizer...
Palavras caladas, lembradas, mas eternamente gastas...

Confusões de instintos, pensamentos, sentimentos....
Não me sei defenir há muito...
Como se define alguém?

Procurem-me numa luz fechada
por portas e janelas...
Procura-me num segredo que ficou por contar...
Num dia que ficou por esquecer...

Deixa-me andar...para lá dos teus paraisos,
para lá dos teus lugares escondidos...
em mim...

Olha para mim...
Dá-me a tua mão...
Sentes a minha?
Consegues descobrir aquilo que não digo?
Consegues ler-me
ou
já te cansas-te?
Não me destruas...

Caminho para casa....
Para a minha noite artificial...

Devil_Girrl 19.08.2006

sexta-feira, agosto 11, 2006

Fazer de conta...


Eu ouvi-te...
e fiz de conta....
que dormia..
que sonhava...
Sonhava conosco, felizes...
contigo a meu lado, sempre...
mas num sempre...tão distante das minhas mãos...
num sempre tão distante do agora...
num sempre...tão de fantasia..
num sempre...só apenas sonhado...
(sonhos...ilusões...)

Fiz de conta...
que não sentia...
os teus dedos tactearem a minha pele...
as tuas mãos acariciarem o meu rosto, o meu corpo...
os teus labios quentes beijando os meus....
Fiz de conta...
que não sabia...
que te ouvia...
que te via...
que te sentia...
Fiz de conta...demasiadas vezes...
hoje...
queria tanto fazer de conta...
mas...onde é que tu estás?
no que é que eu falhei?

Faz de conta agora tu...

Devil_Girrl 11.08.2006

segunda-feira, agosto 07, 2006

Segredos...


A musica que me faz viajar...
não para de tocar...nem na minha mente...
As frases..tão distantes...
Mas a tua voz tão perto...
A tua mão...toca o tecto do meu vacuo aceso...
puxas-me para tão perto...
mas eu continuo no chão...
naquele soalho frio..e gelado..em que caí...
Muda a musica do nosso vacuo, sim nosso,
agora fazes parte...
porque me tocaste..
porque nos tocamos...no vazio..
Num vazio tão profundo...
Num vazio tão nosso...
Num vazio...tão cheio de nós...

Fundimo-nos...
o infinito deixa de existir...
o futuro já não nos faz sentido...
apenas nos interessa o momento..
o agora...e não o para sempre...
dali jamais saimos...
ali jamais alguém entrará...
somos dois num só...
somos apenas nós...
e os nossos amores...
Nós no soalho frio..e gelado em que caímos...
Nós que nos amamos...
As nossas mãos tocam o tecto do vacuo aceso...
Vamos desaparecer...aqui...
Vamos...
Vou...
Vais...

Devil_Girrl 07.08.2006

domingo, agosto 06, 2006

O que não te posso dizer...


Não sigas os meus passos....
deixa-me sozinha nesta estrada...de pedras azuis...
segue as pedras vermelhas...
deixa as amarelas...por seguir...

Não fiques aí, não fiques aí...
Para!olha, para mim....
Não me sigas...
...
Não...te vás embora....
Esquece as estradas....esquece as cores...
Esquece o mundo...
Esquece tudo...
Olha para mim!!
Não me esqueças a mim...
Não te esqueças de nós...
Tu para mim és tudo...
Eu estou aqui...
Tu já...estiveste mais...mas estás...da medida que te é possivel..

Fica...
Olha...
O que vés...comigo?
O que vés...quando estás comigo?
Olha...há nossa volta...
Tu pensas tanta coisa...tu sabes tanta coisa...
Diz-me, diz-me por favor...
o que vés..o que sentes...

Eu sei...eu sei...o que sentes por mim...
eu sei...mas não quero só isso..
eu sei...mas..
mas...
tu também sabes...

Amo-te cada vez mais...
mas...
Porquê?
Porquê????????????

Tu estas tão longe....
vem rápido...vai passar tão depressa...
Por estares tão longe...

Devil_Girrl 06.08.2006

sábado, agosto 05, 2006

Falhas de comunicação com tudo...


Os dias são demasiados...
demasiado curtos...
demasiado longos...
demasiado leves...
demasiado pesados...
demasiados...
demasiados dias aqui...
aqui contigo...e com todos...
cansada...
esgotada, por vezes...

Fumo demais? paciência...
Estou a mais? claro que não...não me deveria era ausentar tanto...
Estás aí?
Está aí alguém?
para...apenas me ouvir chorar...
para...apenas estar...
para...apenas...
para apenas um apenas...

Esta música faz-me viajar...
para onde eu não quero...
para o que eu nem me quero lembrar...
(Porque é que as pessoas fazem perguntas...?
Eu também as faço...)

Fica aqui não vás...já...fica...
eu ainda não chorei tudo...
tu ainda não ficaste tudo...

Ainda vale a pena?
Porquê?
não tenho nada...
nem a ti...

Ainda não chorei tudo...

Fostes...

Devil_Girrl 05.08.2006

sexta-feira, agosto 04, 2006

Esperar, estar, ser...


O quanto eu já tentei…
Tentei fazer de mim o que não era nada…
Tentei fazer de mim…algo…
Continuo a tentar, inutilmente…
Não tenho hipóteses…
Já não há caminhos a seguir…por agora…
Só…apenas…estar…
De que me serve a esperança…
Sinto-me tão inútil, mas sei a minha utilidade…
Não é o que eu quero para mim e mesmo assim, baixo a cabeça e continuo…
talvez o amanha…seja diferente…
(Mas sei que não será…)
Deito-me de manhã, para não me surpreender…com nada…
Deito-me de manhã pois assim já não sonho com nadas,
Com coisas que não existem, com esperança de algo….
Deixo o meu corpo cansar-se até ao ultimo…para não me lembrar…
Tudo o suficiente para me abstrair da minha apatia pelo mundo…
De tudo ao meu redor…
Faço as mesmas coisas todos os dias…
Mudam os horários…
Mas não muda a rotina….
Não muda a expressão que tenho no rosto…
Não muda a tristeza que sinto…
Não muda…
Não para…
Não…
e …
sempre…
Não…

Daqui a bocado está na hora de me deitar…vou pensar…
Já?

Devil_Girrl 05.08.2006

quinta-feira, junho 29, 2006

Re...Cantos...



Os cantos…os nossos recantos…
Aqueles que tantas vezes nos acalmam…
Aqueles onde nos refugiamos de dor,
de tristeza, de alegria, de vida…
Aqueles cantos onde nos escondemos do mundo
E até de nós próprios…


Naquele canto espalhei as águas mornas
do meu sentir…e quis esquecer-me de ti…
Refugiei-me numa alegria fingida e imaginária…
Mas cá no fundo a minha outra metade
embalava-se sozinha….
Embebedava-se com as dores e o sofrimento que causaste
com as tuas maldades…
Se calhar não foram muitas…simplesmente as suficientes…
O desprezo e falta de atenção constante…
O quanto eu tentei por nada…por nada… pois na realidade estou sozinha…
E sempre estive…
Os teus breves aparecimentos eram apenas para teu contento…
Porque precisavas…
Mas porquê? Se tinhas tantas e tão perto… (penso eu…)
Na realidade não te conheço…
Nem quero…

As minhas duas metades juntam-se…
A alegria não dura…é inconstante…
E sente-se saudades do conforto que a tristeza
Acaba por causar…
É o chamado cómodo…
E assim se deixam as minhas duas metades a sofrer
sozinhas, caladas, infelizes, mas com esperança…
De dias melhores…

"Melhores dias virão…
Para ti ou para mim?
Posso contar contigo?
Claro que podes…"
=)
:)

Devil_Girrl 29.06.2006

sábado, junho 24, 2006

Realidades ...as minhas tristes realidades...


Deixo uma folha cair…
Deixo os papeis, os meus papeis,
Serem…
Existirem…
Nem que seja só para mim,
eles são…
eles existem…
São o meu desabafo maior,
a minha companhia,
as minhas recordações, feitas palavras…
Os meus papeis…sou eu!
Pura e simplesmente…

Sinto-me pronta a desmanchar a cada palavra…
Sinto-me assim…como um copo,
que se caí….parte-se, desmancha-se todo…
Frágil…terrivelmente frágil estou…sou…
Não vejo soluções…e sim mais problemas,
em cima de problemas…

Não me sinto capaz de mais nada,
não sinto forças para lutar, por mais nada…

Onde foi….onde está aquela criança,
despreocupada, leve, simples
que eu fui…?
Já fui, já não sou, já não posso ser mais…

Esta tudo cada vez mais difícil,
é tudo tão complicado…
Sinto um peso tão grande nas minhas costas,
em mim…
naquilo que tenho sempre de fazer…

Ninguém compreende os meus pesos,
ninguém percebe…

E eu sinto-me tão sozinha…como nunca estive…

Deixa-me voltar aos teus braços…
Deixa-me voltar a ser criança…de tudo,
e não me dês mais responsabilidades do que aquelas que já tenho…

Devil_Girrl 30.03.2006

terça-feira, junho 20, 2006

Lutas interiores...

Os olhos sinistros seguem as tuas passadas…
Os olhares tristes perseguem-te até ás entranhas…
E serão apenas eles?
Não! É também as más experiências…
os medos…os teus terríveis medos…
de ser enganada e usada mais uma vez…
Riscos que corres…
A entrega e confiança é total,
já não está nas tuas mãos…
Será que em algum momento o esteve?

Queres ser forte e lutar,
contra os teus próprios sentimentos,
não os queres sentir assim, já…
tão fortes e tão presos…
já não está de maneira nenhuma nas tuas mãos…
E que provas tens em que é tudo verdade?
E se não passa tudo isto de uma ilusão?

Queres ser cega e acreditar,
mais uma vez…
queres tentar acreditar,
que ainda tens hipótese de ser feliz,
que também a mereces,
a ela, a tão bonita felicidade,
que sentes quando estás com ele,
que sentes que te a dá…
Serão mais mentiras e falsidades,
que te iram deitar a baixo,
mais uma vez?
Agora, como já disse, não está nas tuas mãos…

Espera, olha, vê, tudo com atenção…
Ama com cautela,
mas ama livremente…
A verdade, é que anjos assim,
aparecem poucas vezes….

Devil_Girrl 26.05.2006

segunda-feira, junho 12, 2006

Algo que perdi...

Oiço barulhos de água,
dessas palavras
que me cantas ao ouvido…

Só queria que me cantasses o que quero o
uvir…
Só queria que me deixasses pois já não sei o que sentir…

Danço com árvores nuas…
Pelo jardim incerto…
Danças comigo também?
Danças connosco?

Abraças árvores e mulheres como se fossem o mesmo…
Esse barulhos de água de palavras cantadas continuam,
E a musica não para…
E a dança não acaba…
Sinto uma angustia que me consome…
Uma tremenda vontade de gritar…
Mas alguém me afoga as palavras
Num silêncio de gato…

Deixaste-me sozinha…enquanto danças e cantas barulhos de águas nos ouvidos de outras…
Esses barulhos de águas que eram, (pensava eu), só nossos…
Esses barulhos de águas que se me entranharam até aos ossos…

Tu abriste mão dos nossos segredos…
Abriste mão de tudo o que vivemos…

Tu nunca gostaste de mim…
(E quem gosta?)
Nem tu nem ninguém…

Só quero esquecer que exististe, lugar escondido…
Só não me quero lembrar d
o sentimento que sinto…

Quero me perder…
Perder na nossa cama de folhas…
Donde se vêem estrelas, luas, e o nascer do sol…

Embrulho-me no meu casulo de seda….
Faço das folhas um abrigo…
E esqueço-me lentamente de t
i…amigo…

Devil_Girrl 11.06.2006


domingo, junho 11, 2006

Anjo que em monstro se tornou...


Quero agarrar nas minhas folhas…
E amachuca-las contra o peito…
Ter coragem de queimar poemas
Que já não fazem o mínimo efeito…

Não te quero tirar o sossego e muito menos a calma
Esses já ficaram perdidos nesse teu poço de alma…

Quem és tu vendedor?
Não te quero largar não te quero esquecer…
Só te quero amar…amor…
Vende-me um pouco de essências,
daquelas que me fazem esquecer…
Que existo…

O mundo parou! Será que alguma vez girou?
Não para mim, não!
Para mim é sempre o mesmo e velho mundo,
de pessoas cruéis, de maldades e afins estranhos…

Tão cedo…mas tão tarde…
Já não estas aqui…
Será que algum dia estiveste?
Não te vi…
Porquê que não te olhei?
Porquê que não te olhei, como devia?

Sou tão cega….tão cega…
E tenho olhos…olha lá se não os tivesse…

E tu? Será que algum dia me viste?
Será que algum dia me olhas-te?
Claro que não, dá muito trabalho…
E eu também não o fiz…
E porquê?
Porque quis ser cega e não ver
o quão monstruoso,
que tu também consegues ser…

De quem eu falo com tanta angustia e raiva?
Quem és tu, monstro horripilante, que me faz ter pesadelos?

Deixai-me ser…
Deixai-me ver…

As minhas ideias…já não se ligam…
Estou muito perdida…
Nesta estrada de doces amargos…

Mais uma colherzinha de açúcar, não?

Devil_Girrl 11.06.2005

quarta-feira, junho 07, 2006

Prisioneira de corpo e alma...


…todos me pisam…
sou a formiguinha pequenina,
atarantada sem saber para onde ir…
formiga que perdeu o norte…

Renasço todos os dias
ao me levantar da cama…
Este molho de lençóis que
ressuscitam a alma e o corpo.

Vocês todos, que me espicaçam
para me voltar a levantar…
Os próprios que me matam
à hora a que me vou deitar.

Mutilam o meu corpo,
os meus sentimentos, o meu eu,
seja interior ou físico,
a vós não vos faz diferença…
Limitam-se a destruir-me,
a matar-me e a fazerem-me renascer
de cinzas…já bem mortas…
para voltar ao mundo cruel,
cruel, que são vocês que o fazem…

E o que vos importa o que eu sinto,
ou como estou?
Nada, nada disso importa…
Apenas e só, podem, fazer-me o que fazem…
Podem, e nunca desaparecem,
nem dos meus sonhos, pesadelos ou
mesmo das minhas insónias…

…mãos que me fazem renascer todos os dias,
para me voltarem a matar…

Devolvam-me a minha vida,
aquela já esquecida…
tirem-me as correntes,
deixem-me ser livre,
mas não me magoem mais…

…de que me serve liberdade
se vivo assombrada pela maldade?

Lavem essas mãos,
já há tanto tempo, tão sujas,
das minhas mortes…
Lavem-nas de vez e não as voltem a sujar,
em mim…em ninguém…

Devil_Girrl 30.05.2006

segunda-feira, junho 05, 2006

Mistura de pensamentos, ideias e pessoas

Porquê esta maneira frívola
de pensar e agir?
Porquê o não pensar
e deixar andar?
Porque não consigo dizer
um simples basta,
um simples não?

Um dia cheio outro vazio;
Uma hora nada outra tudo;

(Deixei os meus pensamentos
inacabados em algum lado,
tenho de os ir buscar…)

Porquê falhar?
Porquê gostar-te e não, odiar-te?
Porquê deixar e não deixar-te?
Porquê eu e não tu?
Porque te olho e tu não me olhas,
Porquê ver-te, mesmo que seja pouco,
E tu não me vês???
Porquê?
(Hoje pareço uma criança…)
Desembaraça-me as ideias
e os pensamentos, querido,
Desembaraça-me os nós do cabelo…

Sou a protagonista do meu teatro,
a peça já vai alta,
E o resto dos actores,
não passam de figurantes
e personagens secundários.
Lamentam-se da vida no meu leito,
e as palavras doces, soltam-nas,
ao meu ouvido,
como também cantam,
para me conquistar e encantar talvez…
Depois de tudo tão bem ensaiado, saem gloriosos.
Recebem as flores e os aplausos,
e eu…varro as folhas, do soalho, do chão,
onde vocês todos, foram estrelas brilhantes,
e eu não!
A glória é muita e a peça
claro que terminou…
Fizeram vocês os vossos sucessos,
enquanto eu choro por amor que não tenho…
enquanto afinal, não fui eu apenas uma mera figurante…

Eleva o teu espírito anjo…
Dai-me asas pois já sei voar,
mas talvez ainda não seja hora
de as utilizar…

(As mãos já gastas de tanto,
limpar, arrumar, dobrar,
passar, cortar…
As mãos, as minhas mãos,
já um pouco cansadas,
não largam por nada esta caneta.
Porquê, amigo papel?)

Pessoa, deixas-te algo para mim…
Será mesmo, será? Enfim…

(O cheiro a lixívia predomina
ainda nas minhas mãos…)

Santo António…oh tu casamenteiro,
também queres me dar alguma coisa,
ou deixarás o acaso me dar?
Apenas queria amor,
pois tenho tanto para dar…

É bonita a mulher que
me trouxe ao mundo,
ainda é mais pois teve tantos filhos,
a sua missão sempre fora,
ser mãe…
Não a consigo ver, sentir de outra forma
se não, a minha eterna amiga,
de batalhas e de uma única guerra,
a sobrevivência neste mundo,
onde ambas nos sentimos estranhas…

Devil_Girrl 04.06.2006

segunda-feira, maio 15, 2006

Aquela mulher...

A espera é longa…
Ás vezes…infinita…
Depende do quê, de quem, como, porquê, aonde…
Tantas razões e motivos…
Uns validos outros não…
Porquê tantas certezas?
Ou…ainda tantas duvidas?
Não virá…e ela têm a certeza disso...
Mas, ainda têm aquela duvida…
E uma esperança incalculável que ele mude de
ideias à última da hora…

Não virá…
E passa o tempo…

Vi-a…passou, em passos largos, mas calmos,
pelo parque…
As lágrimas, contornavam o seu rosto…
Mas ela, não estava ali…

Ficara…
Sentada, imune a tudo o resto,
abstraída do mundo,
das folhas que caíam das árvores,
da chuva grossa que lhe encharcava até aos ossos…
Mais nada, parecia lhe importar, apenas,
esperava…
A esperança era a ultima a morrer,
e ela própria também…

Ela…morrera ali…
Á espera…de alguém…
Que tanto infortúnio lhe trouxe,
Tanto desgosto…
Tanta angustia…
Por mais que se tenha ido embora,
ficou lá, o seu coração…

Há quanto tempo foi isto…
E ainda a vejo no parque…à espera…

Devil_Girrl 16.05.2006

segunda-feira, maio 08, 2006

A culpada de eu me sentir assim?...

Fechou os portões altos do seu castelo…
Deixou-se trancada, durante muito tempo
na sua eternidade fingida, efémera…
como sempre, muitos treparam os altos muros
,
as suas muralhas….
Mas alguém ousou destrui-las por completo?
Tantos passaram as suas barreiras, e chegaram
bem perto dela, vendo a sua decadência,
vendo que tinha sido apenas perda de tempo…
Quantos foram aqueles que até começaram a destruí-la?
Mas nunca terminaram…era perda de tempo…
E é talvez…

Só o amor verdadeiro as destruiria, as mandaria a baixo,
não deixando sequer uma ponta de tijolo para contar a história…
É com isso que foi vivendo…


“É com esse sonho que me alimento…
Um sonho que se desvanece dia para dia…
Um sonho que morre…que me mata…

Já não acredito nas fadas…
Nem nos príncipes…
E nem no “para sempre”…

Rasgo a roupa…
Tiro a mola que me segura o cabelo…
Sou selvagem…
Uma tremenda raiva e ódio me assola o coraçã
o…
Quero morrer?
Quero matar?
Quero apenas sair daqui…
Tirem-me daqui!!!!!!!!!!!
Este castelo cheira a memórias

A merda deste quarto sabe a fel…
Os cigarros já não contentam nem aguçam a minha vontade…
Já não acalmam como
outrora…
Tirem-me daqui…

Desisto…”

O grande portão da frente se abre fazendo rosnar as dobradiças,
Está carcomido pelo tempo…

Uma demoniazinha em forma de gente sai pela frincha aberta…
Espalhando a infelicidade do sentir…
A solidão que não lhe coube mais na vida
E muito menos no coração…


Devil_Girrl 04.05.2006

quarta-feira, maio 03, 2006

Desenfreada e louca, perco-me nos meus sentimentos...


De onde brotam estes sentimentos
grandes e firmes,
gigantes e descoordenados,
como os passos de uma dança que mal acabada está…
De onde os fui desenterrar…
Ao meu passado longínquo,
em que em menina sonhei com o meu príncipe encantado?
Não, jamais iria a tamanho sonho criança buscar estes sentimentos,
apesar de verdadeiros e puros,
apesar de ter certezas infindáveis de jamais me ter sentido assim,
não me vejo a voltar à minha infância…
De tais formas e jeitos mudei tanto…
Mas tanto que até me assusto, hoje,
em que tomo consciência absoluta desse facto
tão importante na minha vida efémera de diabinha…
Quero saber a fonte, desta incontrolável ansiedade,
de te ver, cheirar, sentir, unir, amar….
Haaaaaaaa apaixonei-me, será?
Não! Vou pesquisar mais um pouco, nestes livros enormes
e que as paginas não tem fim, os livros do meu passado,
apesar de saber, pressentir, supor até…que esta abominável sede,
é com certeza de um passado recente…
Que está tão vivo dentro de mim e nos meus livros,
em que eu própria escrevo o desenrolar dos dias,
as intermináveis noites de solidão,
a dor…ou talvez as dores que me rodeiam e apoderam o meu coração…

Cá está! Ohh como eu suspeitava…
E não és mesmo um príncipe? És e sempre serás…
A tua bondade, e a tua dedicação em ajudar…
Como, como não poderei amar alguém assim?
Irresistível de olhar, muito têm a aprender é certo…
E agora que atravessa ele aqueles mares de duvidas,
que nos tomam conta da alma, do coração e da vida…
É bem certo e sabido que não o abandonarei, talvez seja
ousadia minha tomar tanta liberdade, mas sei que lho devo
como amiga que sou…
Desculpa-me as palavras de ontem, ou do outro dia,
explodir de raiva é sempre o meu primeiro acto…
Talvez o pior…mas o que posso eu fazer?
São feitios…hihi

Tantas e imensas palavras, já deves estar tão cansado
de me ouvir…ler…
Quem sabe eu não te as possa dizer,
mas de outra forma?
Quem sabe, daqui uns tempos…

Abro os braços…e vou a correr ter com os meus pequenos tesouros…
Aqueles que guardo numa caixa de sapatos…

Devil_Girrl 04.05.2006

segunda-feira, maio 01, 2006

E assim sou transparente para ti...


Tantas cartas e cartões feitos…
todos eles rasgados por raiva,
raiva por saber, ou apenas talvez,
suspeitar o que se iria passar depois…
Ouve-me! porquê estares assim?
Deixa-me de novo,
escrever-te as cartas
e oferecer-te os cartões…
Não te escondas mais do mundo,
saí cá para fora, ou,
deixa-me ir buscar-te de novo…

Deixa-me conseguir mais
do que aquilo que eu já tinha conseguido…
não aguento ver-te assim…
não aguento mais, ver-te assim,
sozinho e triste…
Acorda para a vida,
Arrisca, tenta, luta!
Por mais batalhas que percas,
não percas a força e a esperança,
vive um dia de cada vez,
vive o presente e o agora,
deixa o futuro, para depois,
deixa-o quietinho,
ele se ajustará…
Quebra as tuas regras,
essas rígidas regras que te impões…

Deixa-me amar-te de novo…
eu só não te quero ver assim,
Vive! Reage e Age!

Devil_Girrl 01.05.2006