sexta-feira, março 30, 2007

Outrora flores...hoje cinzas...

E os vazios enchem-se de horrores...
Angustias fantasmagóricas que se unem,
a mim...
Caminhos inalcançáveis de luz quente...
e o frio embriaga-me a não viver...
a desistir...de saber novamente que realidade
é a minha...
perdi a noção do certo...e errado...
em mim, já não há norte e sul....
e tudo o que vejo são campos
em que outrora plantei flores,
hoje estão queimados...
cinzas foi o que restou...
de um fogo posto, que durou um ano...
alastrou-se...e o meu mundo ruiu-me aos pés.
Sem saber o que fazer....limitei-me a olhar a destruição...
que ainda hoje olho...e choro...
aperto o meu coração...para não me fugir....
Lamentos de dor infinitas...
Do que vale tudo o que fiz...se agora nada tenho?
E a reconstrução...é o próximo passo...
mas já não tenho força para erguer novos alicerces...
Deixo-me ficar...esperando que alguém o faça por mim...
Esperando...que alguém me salve deste horror...
em que vivo...
Mas sabendo...perfeitamente que ninguém virá...
Fecho os altos portões...
Fecho-me em mim...
e vivo assim...acarinhando as recordações...
sozinha...
onde as lágrimas me aconchegam o sono...
e deixo-me dormir...sempre...na esperança de dormir eternamente...

Marília Rodrigues 30.03.2007

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